Educacao-Dificuldades-na-alfabetizacao

Estima-se que a pandemia pelo novo coronavírus já matou em todo o mundo cerca de 4,5 milhões de pessoas. Uma estimativa porque considera-se que o número real pode ser muito maior, já que em muitos lugares o diagnóstico da doença pode não ter sido confirmado ou mesmo a morte ter tido outra causa registrada.

Todos as áreas foram fortemente impactadas, inclusive a educação. Crianças e jovens precisaram deixar de frequentar escolas e universidades e a aparente melhora da pandemia em alguns momentos levou à retomada das aulas presenciais nas últimas semanas.

Mas as diferenças econômicas, que já eram bastante acentuadas, tornaram-se ainda mais evidentes.

A falta de acesso a recursos que pudessem viabilizar o ensino à distância nos períodos mais críticos da pandemia tem sido uma das causas da evasão escolar na escola pública.

E mesmo em casos de não abandono, o aproveitamento escolar não vem sendo considerado satisfatório por educadores e responsáveis e as queixas mais frequentes são desmotivação e cansaço.

Pesquisas realizadas em todas as regiões do país apontaram para uma desigualdade já conhecida, mas que se mostrou ainda mais evidente: 43% dos estudantes negros apresentam maiores riscos de abandonarem os estudos, já entre os estudantes brancos este número cai para 35%.

As diferenças socioeconômicas afetam mais as famílias que recebem até um salário mínimo em comparação a 31% entre famílias que contam entre dois e cinco salários mínimos. Nas regiões rurais, a situação mostra-se ainda mais crítica: 51%, já nas áreas urbanas esse número cai para 39%. As regiões do país também evidenciam essa discrepância: enquanto na região Nordeste o número é de 50%, na região Sul cai para 31%.

Dificuldades na alfabetização

As etapas de alfabetização são as que contam também com maiores dificuldades, de acordo com o relato de pais, responsáveis e educadores.

O total de alunos matriculados no 1º, 2º e 3º do Ensino Fundamental chega a 88% e mais da metade (51%) permanecem na mesma etapa de aprendizado, ou seja, não houve nenhuma evolução.

No Nordeste, mais uma vez, esses números mostram-se ainda mais desiguais. Enquanto 28% consideram que as crianças desaprenderam os conteúdos escolares, na região Sul esse número cai para 17%.

Considera-se também que enquanto 57% de alunos brancos aprenderam novos conteúdos mesmo durante a pandemia, entre estudantes negros este percentual cai para 41%.

A diferença entre a condução da educação nas regiões do país sempre foi motivo de discussões, já que não existe uma uniformidade entre investimentos e prioridade, equilibrando o acesso a recursos de maneira justa.

O acesso limitado ou a falta dele, sobretudo no que diz respeito a ferramentas necessárias para o ensino à distância como a internet são um exemplo prático que aponta mais desigualdades sociais e econômicas.

Saiba mais sobre os Desafios da Alfabetização neste outro post do blog da IAM acesse aqui.

Como é possível ajudar?

Embora esteja sendo um período muito desafiador para todos nós, inclusive para as crianças e jovens, é importante que pais e responsáveis estejam por perto, incentivando e acompanhando a retomada das aulas para garantir que os alunos possam ter o melhor aproveitamento e que os impactos negativos causados pela pandemia possam ser os menores possíveis.

Na IAM, a retomada das atividades presenciais para as crianças está em pauta e toda a equipe está buscando alternativas e conhecimento para tornar este processo o mais positivo e menos traumático possível.

Você pode ajudar a IAM a continuar oferecendo acesso a educação de qualidade para centenas de crianças e jovens em situação de risco e vulnerabilidade. Doe agora