Em 8 de setembro será comemorado o Dia Mundial da Alfabetização. A data, instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1967, visa fomentar no mundo todo a discussão acerca de assuntos voltados à alfabetização, sobretudo em países subdesenvolvidos, onde a taxa de alfabetização é muito menor.
É sabido que a alfabetização e a educação, de modo geral, transformam a realidade do indivíduo, pois através delas ele desenvolve conhecimento, autonomia, senso crítico e pode ter acesso a oportunidades melhores de trabalho. E quanto mais uma sociedade se desenvolve, mais a economia avança e todos se beneficiam.
Embora as taxas de analfabetismo no Brasil tenham diminuído, ainda falta muito para chegarmos a um número satisfatório. Mesmo porque o que seria considerado satisfatório é o cenário ideal, onde todos tenham acesso à educação de qualidade.
Conforme pesquisa do IBGE, jovens analfabetos acima de 15 anos representavam 7,2% em 2016 e em 2018 esse índice caiu para 6,8%. E entre os idosos acima de 60 anos , no mesmo período, o número foi de 20,4% para 18,6%.
A população negra também representa um número maior de analfabetos, cerca de três vezes mais do que a população branca.
As regiões do país são também um fator que ressalta essa discrepância. Mais da metade da população analfabeta do país está no Nordeste e cerca de 21% no Sudeste.
Embora existam iniciativas públicas para viabilizar o acesso à educação, como o Plano Nacional de Educação, que tem como meta erradicar o analfabetismo no Brasil até 2024, na prática isso é um desafio.
Períodos como a transição entre o ensino fundamental e ensino médio apontam maior evasão escolar. Uma das principais justificativas de jovens e adultos para o abandono é a necessidade de trabalhar.
Para manter a motivação dos estudantes, é necessário que educadores tenham uma percepção mais ampla do processo de alfabetização.
É importante investir em formações continuadas, já que para que a educação alcance seu objetivo e transforme realidades, é preciso conciliar a alfabetização com a realidade do indivíduo, com o que seja parte de seu contexto. Isso também passa pelas peculiaridades linguísticas, que, no Brasil, são muito ricas e um forte traço da nossa cultura.
Tudo isso, além de facilitar a alfabetização, torna o processo mais interessante ao aluno que vê naquele conteúdo um sentido que facilitará sua vida.
Desafios da alfabetização durante a pandemia
A pandemia também trouxe consequências graves à nossa educação. A necessidade de implementar, sem preparo prévio adequado, ferramentas tecnológicas que reproduzissem o ambiente de sala de aula e conteúdos, dificultou a aquisição do processo de aprendizagem para muitos estudantes.
Lembrando que grande parte deles sequer tem acesso à internet ou dispositivos como celular ou computador para acompanhar as aulas. E em etapas iniciais de aprendizagem como a alfabetização faz-se ainda mais necessária a presença constante do professor para dar suporte e ajudar a resolver dúvidas comuns nessa fase.
É esperado agora que, após esse período de nova adaptação às aulas presenciais, as dificuldades diminuam gradativamente.
Que a aproximação do próximo dia 8 de setembro, Dia Mundial da Alfabetização, nos convide a refletir sobre os atuais desafios da educação e a propor iniciativas para erradicar o analfabetismo.
Na IAM, vários projetos educacionais já transformaram a realidade de inúmeras crianças da Educação Básica, oriundas das famílias assistidas e também do Ensino Fundamental I, além de oficinas e outras atividades.
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